quarta-feira, 5 de novembro de 2008

YES HE CAN!!!

Tenho que admitir.. Não me lembrava da última vez que ao ouvir o despertador liguei rapidamente a TV, no lugar da habitual ronha "é so mais cinco minutos"... Hoje isso aconteceu-me, e porquê? Só podia ser por Obama...

Adormeci a ouvir aquele debate da SIC noticias sobre as eleições, acordei a ouvir uma estrondosa vitória de Barack Obama, e não podia estar mais contente.. Se houve coisa boa que a crise mundial trouxe foi este abrir de olhos norte-americano.. Cerca de 130 milhões de eleitores foram às urnas, um número histórico, pessoas que ficaram seis horas na fila para votar... 60% de afluência nas urnas, algo que não acontecia há mais de 100 anos... E isto aconteceu por Obama, na minha opinião...

Não é o facto de ser o primeiro negro a chegar a presidente dos EUA, é o facto de estarmos perante aquilo que eu chamo um líder carismático, um homem que mostra confiança e faz acreditar o seu povo.. E querem melhor líder em tempo de crise?

Nos resultados, ainda incompletos, da CNN fico satisfeito por saber que Obama tem 338 votos eleitorais, contra 163 de McCain... Mais do dobro, verdadeiramente impressionante. Esperava uma vitória tranquila do democrata mas isto foi para lá de todos os meus pensamentos.. Em número de votos a diferença não é assim tanta (52 contra 47%), mas é este o sistema americano, que por vezes faz com que o menos votado seja presidente...

O segredo da vitória está no facto de sete estados terem mudado a sua votação de republicanos para democratas, alguns deles verdadeiros campos de batalha destas eleições, como Florida e Ohio (além de Virginia, Iowa, New Mexico, Colorado e Nevada, faltando ainda saber Carolina do Norte e Indiana, onde Obama leva vantagem e também o Missouri, liderado por McCain). E os democratas ficam ainda com maioria no Senado e no Congresso...

Outros dados interessantes na votação:
- Obama consegue maior diferença nos votos do sexo feminino (56% contra 43%), enquanto que nos homens a coisa equilibra-se (49%/48%);
- Por idades, os jovens entre 18 e 29 anos esmagam McCain (66-32), enquanto que dos 30 aos 44 anos a diferença vai ficando menor (52-46). Na faixa 45-64 há um empate (49-49) e nos maiores de 65 anos, como se esperava, McCain vence (45-53).

Ou seja, Obama pode agradecer aos jovens e às mulheres a sua vitória. Foram eles que decidiram, no fundo esta eleição.

Hoje acordei então feliz, nem todos os dias se acorda com uma boa noticia.. Espero que Obama não me desiluda, espero que faça um bom trabalho, eu acredito que sim...

E, acima de tudo, acredito que este é um dia onde se dá um gigante passo para a saída desta crise mundial que atravessamos... Um dia em que os americanos contribuiram para um Mundo melhor.. Pelo menos é assim que eu vejo as coisas.

Mais informações aqui (aconselho o discurso de vitória do 44º Presidente dos EUA).

1 comentário:

Rui Coelho disse...

Este discurso é brilhante, já o ouvi várias vezes e interrogo-me se o obama já não terá lido todas as palavras que existem, limitando-se agora a escolhê-las da forma mais precisa.

Deve ser um momento de satisfação pra todos nós, pelos motivos q já destacaste, mas importa voltar ao mundo real.

Se esperarmos que ele resolva com pózinhos mágicos os problemas financeiros dos states e do mundo, o conflito no médio oriente, a ameaça do terrorismo, as intenções bélicas do irão, a corrupção em áfrica, no futebol português, a miséria mental de quem manda no i.d e o decote da serenella andrade, então há sarilho anunciado.

O homem vai errar. Não é profeta algum c toque de midas, c poderes tais que tudo regresse à tábua-rasa, e possamos recomeçar.

Pessoalmente, além da necessária e urgente estratégia de renovação de wall street e seu legado de consumismo doentio - não foi pelo consumo excessivo de bens primários que a ordem económica que conhecíamos foi ao ar -, já me bastava que jogasse a lei das armas nos states pela pia abaixo, fechasse as prisões de abu ghraib e guantanamo, e deixasse o decote da serenella andrade onde está.

A máquina da economia de guerra instalada, de jobs for the boys e amizades convenientes ao bolso, que o vai rodear, é interminável.

A tarefa que o espera é hercúlea.

Não deixei por isso de também ter esquecido o "só mais cinco minutos", e ligado a televisão com orgulho do país que tanto tem merecido ser criticado.